Quando Procuramos Deus?
É triste, porém evidente o pensamento de que procuramos Deus apenas em nossas dificuldades.
Nos momentos em que estamos alegres, fruto, claro, de todo o Seu amor para conosco e Sua ação em nossa vida, raramente nos lembramos Dele. E mais raramente ainda nos lembramos de agradecer, louvar e glorificá-lo, por simplesmente não estarmos precisando de algum milagre. Por simplesmente estarmos bem.
Se ora pesa-se em uma balança os pedidos e os agradecimentos, eu creio, em minha humilde e humana, além de ignorante opinião, que a balança penderia, e muito para um lado. O dos pedidos.
Acerta-se pelo fato Dele estar pronto, por seu amor e misericórdia a nos socorrer, ensinar, podar e nos levantar de qualquer tropeço, queda ou dificuldade que possamos estar passando.
Porém, é de se atentar para o fato de que Ele, em toda a sua magnitude, poder, glória e sabedoria, como foi dito por seu próprio filho, que é a Palavra viva da criação, provém tudo.
Nesta linha de pensamento, muito bem explicada pelos evangelhos, cita-se o fato de que, ora, se o Altíssimo dá o alimento à todas as aves, todos os pássaros, a todos os animais, se Ele fornece todo o necessário para a manutenção da vida de toda a sua criação, em sublime perfeição, quanto mais nós, feitos à sua imagem e semelhança, sendo filhos Dele, reconciliados através de Jesus.
Quanto mais nós.
Não é preciso lembrar a Deus do que precisamos, pois o Criador sabe muito bem do que necessitamos, mas ele jamais tampa os ouvidos para qualquer pedido que nós façamos.
Com a mesma paixão e força com que pedimos, lembremo-nos Dele também nos momentos de agradecimento, e ainda mais nos momentos em que está tudo bem, quando “não precisamos Dele”, pois o fato de não precisarmos pedir a Ele, já é obra Dele. Ou, em nossa sã ignorância, achamos que a paz, e os tempos vindouros de nossa vida não são obras Dele? Seria extrema arrogância negar tamanha misericórdia imerecida por acharmos que traçamos sozinhos nosso bem-estar.
Com extrema alegria, prostremo-nos então de joelhos, naqueles dias em que “temos tudo”, e agradeçamos com o coração saltitante de felicidade pelo ar que respiramos, por tudo estar bem, e por fazermos parte da criação, por existirmos.
Pela infinita misericórdia Dele por nós.