A Flecha
E então o cupido se entristeceu ao ver tantos casais juntos, enquanto que ele estava sozinho.
Ele queria sentir aquele prazer que seu trabalho proporcionava para os outros.
O que seriam aqueles sorrisos?
Como seria beijar alguém?
Como seria sentir aquele aperto no coração que suas flechadas faziam naqueles casais?
O cupido sorria, mas seu sorriso não era como os sorrisos que os casais davam.
Ele era feliz, mas perto da felicidade que os casais sentiam quando andavam de mãos dadas ou quando se abraçavam, a felicidade do cupido nada mais era que uma pequena ilusão.
Dia após dia, o cupido soltava suas flechas, se perguntando quando seria acertado por uma, mas esse dia nunca chegava.
E então, em pleno desespero para sentir o amor, ele pegou seu arco e ao apontou para si mesmo.
O que ele sentiu foi uma dor como nunca sentira antes.
O cupido foi encontrado deitado no chão, sem forças, sem respiração, com sua própria flecha fincada no peito.
E até hoje, sua história é contada aos demais cupidos, para que não tentem fazer o que não lhes é devido.
Para que não tentem se apaixonar.